O CERIMONIAL NAS UNIVERSIDADES

E SUA IMPORTANCIA HISTÓRICA

Texto do professor Marcilio Reinaux*

O Cerimonial como norma de comportamento nas universidades, desponta como uma condição que define e mesmo incorpora atividades éticas, as quais contribuem para um melhor desempenho da instituição e na preservação da sua própria imagem enquanto Casa de Ensino Superior.

Quando da realização de solenidades, cerimônias, atos oficiais, o cerimonial universitário, segue dessa forma, a mesma diretriz, provocando os mesmos resultados que aqueles utilizados pelo cerimonial público, a qualquer nível e em qualquer segmento.

Porém, é bem de ver, com maiores responsabilidades, a partir da natureza
institucional das universidades que é aquela de ensinar. Quem ensina, não
pode, nem deve ensinar errado.

As universidades em geral que não têm normas ou regulamento do
cerimonial (e registre-se que são poucas as instituições do país que as tem). Na prática exercitam um cerimonial (muitas vezes empírico e arremedado) mas aceitam, compreendem e acatam que o cerimonial é realmente importante.

E essa importância tem-se na premissa do enunciado do preclaro professor e Acadêmico Nelson Speers ao dizer: “Cerimonial, é objetivamente um conjunto de normas que se estabelece, destinado a ordenar corretamente o desenvolvimento de qualquer ato público, o qual – pelas suas características, natureza e importância – necessitem de formalidades”.

E como as universidades necessitam e não podem perder as suas
formalidades históricas. Assim esta definição, emanante das instituições
oficiais do país (e como essência do decreto que a alberga) é adotada, e diríamos até recomendada, pela Academia Brasileira de Cerimonial e Protocolo – ABCP e como bem lembrava o então Embaixador Augusto Estellita Lins: “Cerimonial é uma manifestação de sentimento profundo, que aproxima as pessoas nas cerimônias”.

Vem do latim: “cerimonialis”, significando também: cerimônia, cerimonioso. Conjunto de formalidades de um ato público. O
cerimonial vem desde os primórdios da criação das primeiras universidades.

Acompanha os seus dirigentes e os acadêmicos em todos os seus atos
cerimoniosos, públicos, solenes. Nas universidades o cerimonial diz muito bem, a respeito da sua maneira de estar, – enquanto atividade – de agir, entrar, sair, comunicar-se, fazer-se entendido e enfim determinando o seu comportamento, suas maneiras e gestos, tanto no trato em geral com as pessoas, como de forma especial, quando na presença de autoridades do mundo universitário e os circunstantes.

Os fundamentos éticos do cerimonial – nas universidades – dizem respeito
à respeitabilidade que deve presidir atos públicos, solenes das Outorgas dos
Graus, das concessões de Láureas e Títulos, ou mesmo nas “aulas magnas” ou numa posse Reitoral e ou de diretores. Há na universidade, ( e deverá sempre haver ) por princípio ético uma relação de reconhecimento e respeitabilidade aos direitos individuais de todos os membros de uma sociedade acadêmica.

Desde o aluno até o “Rector Scholariorum”. Os aspectos sociais das pessoas,
suas prerrogativas hierárquicas, estão firmados no exercício do cerimonial
escorreito, porquanto, no cerimonial, coloca-se as pessoas (ou deve-se colocar) em seus devidos lugares, observando os aspectos da posição que cada um faz jus.

A observação cuidadosa, é na realidade a Ordem de Precedência,
estabelecida por Lei em nosso País. Quem entra por primeiro, quem entra
depois, quem fala primeiro, quem fala por último e miríades de cuidados que devem ser respeitados, consiste, ou fazem parte desse fundamento do
cerimonial. No caso das precedências ( e ou dos méritos) nas universidades, este aspecto ganha impotancia, por ser a universidade uma “Casa de Méritos”.

*Trecho do artigo: http://www.cerimonialista.com/guias/artigos/o%20cerimonial%20nas%20universidades.pdf